O corpo é templo: respeitar os limites é respeitar o sagrado

No dia a dia do terreiro, o Pai de Santo é visto como referência: quem orienta, firma o trabalho, acolhe os consulentes e sustenta o axé da casa. Porém, assim como qualquer pessoa, também enfrenta desgastes, doenças e momentos de fragilidade.

Na tradição umbandista, cuidar do corpo é cuidar do espírito.
O afastamento temporário não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria espiritual.
É o reconhecimento de que o templo físico também precisa de descanso, cura e recolhimento.

A força da comunidade: quando o terreiro caminha junto

Durante o período de recuperação do dirigente, a comunidade espiritual e humana da CCEPZ se fortalece.
É o momento em que filhos e filhas de santo assumem pequenas responsabilidades, mantendo o ambiente firme, limpo, organizado e acolhedor.

Apoio emocional, palavras amorosas, vibrações positivas, orações e respeito pelo tempo de cura fazem toda a diferença.
Esse cuidado coletivo reforça um princípio fundamental:

Umbanda é união. Umbanda é família. Umbanda é caminho feito junto.

O afastamento como ensinamento

Quando o Pai de Santo se retira para se recuperar, ele ensina mais do que conduzindo uma gira:
ensina com o próprio exemplo.

Ensina que a mediunidade não é sobre resistência extrema, e sim sobre equilíbrio.
Ensina que o excesso não é virtude.
Ensina que o axé exige responsabilidade, e responsabilidade começa pelo autocuidado.

Ao se permitir descansar, o dirigente reafirma um princípio de sabedoria:
ninguém sustenta a espiritualidade se não sustentar primeiro a própria vida.

O retorno com axé renovado

Quando o período de cura termina, o retorno ao terreiro costuma ser marcado por emoção, gratidão e energia renovada.
O Pai de Santo volta fortalecido, mais centrado, com clareza e vigor para continuar o trabalho espiritual.

Para a casa, esse momento simboliza renascimento:
um recomeço com mais luz, mais união e mais consciência sobre a importância do cuidado.

Cuidar da saúde também é missão espiritual

Na CCEPZ, onde a caridade é praticada com amor e seriedade, reconhecer que o dirigente também precisa de cuidado é honrar a própria essência da Umbanda.

O afastamento por motivo de saúde não enfraquece o axé.
Por vezes o afastamento é necessário pois traz equilíbrio, ensina, une e renova.

Agradeço a todos os filhos da casa e pessoas que por aqui passam pelos votos de pronto restabelecimento e melhoras.