Na Umbanda, cada gesto possui alma, propósito e verdade. Nada é feito por acaso. Quando o médium se curva, toca o chão e, depois, leva as mãos à cabeça, muito mais do que um movimento físico acontece: abre-se um portal sagrado entre o humano e o divino.

No CCEPZ – Casa de Caridade Espiritual Pai Zeferino – este gesto é visto com profundo respeito, pois ele representa a consciência de que não caminhamos sozinhos. Somos guiados, amparados e orientados pelos Orixás, pelos Pretos-Velhos, Caboclos, Exus e todas as entidades de luz que trabalham para nossa evolução.

Tocar o Chão: A Reverência que Nos Alinha ao Sagrado

Ao tocar o chão, o filho de fé reconhece o solo como sagrado. É a Mãe Terra, quem nos sustenta, nos alimenta e acolhe nossos passos. Assim, o médium firma sua energia, pede licença ao campo espiritual e honra a ancestralidade que trilhou antes dele.

No CCEPZ, aprendemos que este simples toque traz consigo três forças:

Conexão com solo — reconhecer o chão como altar vivo da Criação.
Reverência ao Axé dos Orixás — porque tudo vem deles e a eles retorna.
Agradecimento aos Guias e Ancestrais — que caminham à frente, abrindo caminhos e iluminando a jornada.

É um ato de humildade e de entrega. Quem toca o chão reconhece que não é maior do que o solo que pisa e que toda caminhada espiritual começa pelo respeito.

Tocar a Cabeça: O Encontro com o Divino em Nós

Após firmar o chão, elevamos a mão à cabeça — o nosso Ori, a morada sagrada onde habita o Orixá.
É pela cabeça que o Axé se ancora, que os ensinamentos chegam e que a fé se manifesta.

Ao tocar três pontos (testa, orelhas e nuca) despertamos três chaves espirituais:

Testa: sabedoria, clareza e consciência.
Orelhas: escuta espiritual, silêncio interior e atenção ao conselho dos Guias.
Nuca: força, firmeza, sustentação e equilíbrio para caminhar.

É nesse gesto que unimos Terra e Céu, corpo e espírito, o humano que somos e o Divino que nos conduz.

No CCEPZ, este gesto é um compromisso

Quando tocamos o chão e, depois, a cabeça, afirmamos:

“Eu honro a Terra, acolho o Axé e permito que o sagrado se manifeste primeiro dentro de mim.”

Assim nos ensinou Pai Zeferino, e assim confirmam os Guias que trabalham na casa: o respeito, a humildade e a consciência são a chave de toda mediunidade equilibrada.

Umbanda é caminho de luz, amor e caridade.
E todo filho de fé que firma o chão e a cabeça lembra que a espiritualidade começa no coração e se manifesta no gesto.