Os Exus e Pombagiras que Carregam o Sete no Nome

Na linguagem sagrada da Umbanda, o número Sete não é apenas um número ele é um mistério vivo.
É o sopro que une os mundos, o eco que ressoa entre a Terra e o Céu, entre a matéria e o espírito.
O Sete é a soma do Divino e do Humano, a junção dos três princípios espirituais (corpo, mente e alma) com os quatro fundamentos da criação (fogo, terra, ar e água).
É o símbolo das Sete Linhas de Umbanda, das Sete Chaves da Criação, da Lei Maior e da Justiça Divina.

Por isso, quando um Exu ou uma Pombagira carrega o Sete em seu nome, não o faz por acaso.
O Sete é um selo de poder, uma marca de sabedoria e de comando.
Essas entidades se manifestam como chefes de legiões, guardiões de portais e mestres dos mistérios, atuando em todos os planos e domínios do existir.
O Sete é a coroa de quem compreendeu a totalidade da Lei e trabalha em perfeita harmonia com os desígnios da Luz e da Justiça.

ALGUNS EXEMPLOS:

Os Exus do Sete
Exu Rei das Sete Encruzilhadas

Senhor dos caminhos e das escolhas, é aquele que reina onde todas as estradas se encontram.
Trabalha na convergência das rotas, orientando o destino dos que se perdem e abrindo passagem aos que caminham com fé.
É Lei, é Ordem e é o próprio ponto de equilíbrio entre o bem e o mal, entre o visível e o invisível.

Exu Sete Capas

Mestre dos segredos e da proteção.
Cada uma de suas capas representa um nível de defesa e mistério, envolvendo o consulente sob o manto da segurança espiritual.
Nas sete camadas de sua vestimenta, repousa a sabedoria ancestral de quem conhece os véus da magia e as sombras da alma humana.

Exu Sete Catacumbas

Guardião dos portais da morte, senhor dos túmulos e das transições.
Atua na Calunga Pequena, conduzindo os espíritos que encerram seu ciclo terreno.
Não é a morte que o move, mas a transmutação: ele transforma dor em renascimento, escuridão em consciência.

Exu Sete Cruzeiros

O que vigia os cruzeiros e os caminhos da Lei das Almas.
É ponte entre mundos, guardião dos cruzamentos entre o plano físico e o espiritual.
Trabalha nos pontos onde a vida e a morte se tocam — onde o vento sopra mensagens antigas e os guias encontram passagem para atuar.

Exu Sete Poeiras

Senhor da terra e do desmanche.
Ele varre o mal, desfaz o que foi plantado com intenções torcidas e firma a força do bem.
A poeira que levanta não é suja — é sagrada. É o pó da criação, a essência que renova o chão e purifica o caminho.

Exu Sete Chaves

Mestre dos portais ocultos.
Carrega o poder de abrir e fechar caminhos, de revelar o que está trancado ou selado.
As suas sete chaves são códigos da sabedoria divina — chaves que giram no tempo certo, na mão certa, com o propósito justo.

Exu Sete Porteiras

Guardião das passagens e dos limites entre os mundos.
É ele quem abre as porteiras do visível e do invisível, controlando a entrada e a saída das forças que transitam entre planos.
Domina as encruzilhadas, os cemitérios e os campos da vida e da morte.
Quando uma porteira se fecha, é ele quem guarda. Quando uma se abre, é ele quem autoriza.
Sua força é lei, e sua lei é movimento: tudo o que entra e tudo o que sai, passa por suas mãos.

As Pombagiras do Sete
Pombagira Rainha das Sete Encruzilhadas

Soberana entre as almas femininas, governa o Reino dos Caminhos e dos Encontros.
É a senhora do amor e da decisão, a que guia corações e desperta a força da escolha.
Em seu cetro, carrega a Lei do Amor e o poder da Sedução Sagrada — não a sedução do corpo apenas, mas da alma que deseja evoluir.

Pombagira Sete Saias

Encantadora e poderosa, é a mestra da transmutação e do amor.
Cada uma de suas saias representa um véu da criação, um nível de mistério.
Ela dança entre as esferas da vida, conduzindo o consulente a desvelar camadas do próprio ser: o desejo, a cura, o perdão, o renascimento.
É a chama que purifica pelo prazer, o encanto que cura pela beleza, a rainha que ensina o poder de amar com consciência.

O Mistério do Sete

O Sete é a totalidade. É o ponto onde o ciclo se fecha e recomeça.
Três representa o Espírito, Quatro representa a Matéria — e Sete é o resultado dessa união divina.
Por isso, todo Exu ou Pombagira que traz o “Sete” em seu nome é completo:
atua em todos os domínios, domina as sete linhas e carrega permissão para transitar entre mundos e mistérios.

Essas entidades não são simples executores, mas chefes de legião.
Possuem a coroa da autoridade e a chave da sabedoria.
São eles que coordenam o movimento dos caminhos, equilibrando forças e restabelecendo a harmonia universal.

Salve os Sete!

Salve os que caminham nas encruzilhadas e guardam os portais do tempo.
Salve os que dominam as sete chaves, as sete capas, as sete saias e as sete porteiras.
Salve os Reis e Rainhas da Lei Divina, que trabalham com justiça e misericórdia, abrindo caminhos de luz para os que buscam o bem.
Que cada Sete seja um espelho da perfeição divina, refletindo na Terra o brilho eterno dos mistérios de Deus.

Laroye Exu! laroye Pombagira! Salve os Sete!